terça-feira, 13 de novembro de 2018

Balés de repertório, uma visita ao imaginário!

Uma coluna dedicada a esclarecer eventuais dúvidas que surgem em nossas mentes criativas!!!!



Foi no período romântico, com o fascínio pelo sobrenatural, pelo etéreo e místico, que o terreno foi preparado para abraçar as grandes criações dos chamados balés clássicos de repertório.

Em sua maioria recheados de magia, e endossados pelo conteúdo dos libretos que deram asas à imaginação, os balés de repertório transportaram o público para um mundo onírico, capaz de provocar a catarse e a comoção, onde a realidade e a fantasia se combinavam e as emoções eram extravasadas com todo seu potencial. São esses clássicos que ainda hoje nos arrebatam e nos fazem querer revisitá-los em sua beleza e integridade.
Por terem sido inspirados, em sua grande maioria, em histórias fantásticas, os balés de repertório foram então conceituados como sendo obras dançadas, que seguem uma narrativa, se valendo da dança, mímica e música. No entanto, quando aqui falamos de repertório do balé clássico, incluímos também obras sem narrativas como o Grand Pas de Quatre (Jules Perrot) e Les Sylphides ou Chopiniana (Michel Fokine). Por fim, quando nos referimos aos clássicos de repertório, estamos falando de obras que foram criadas mais precisamente no final do século XIX até meados do século XX, e que foram preservadas durante todos esses anos devido ao critério adotado nas remontagens ter sido bastante rigoroso.

Repertório significa coleção ou conjunto, podendo ser o conjunto das obras teatrais, de um autor, de uma escola ou de uma época, ou ainda, o conjunto das obras de uma companhia teatral, de uma companhia de dança ou de uma orquestra, entre outros. Obras que são criadas para uma companhia de dança – inéditas ou reposições – passam a fazer parte do repertório dessa companhia.

A coleção adotada como obras do repertório da dança clássica, não pertence a um autor ou a uma instituição, a maioria delas, coreografias e músicas, entraram para o domínio público, que segundo a convenção de Berna, setenta anos após o falecimento de seu autor, deixam de ter seu uso restrito. No entanto, sempre é preciso verificar os direitos autorais, lembrando que, mesmo que a obra seja de domínio público, o autor deve ser citado.

Dos balés de repertório mais remontados, encontramos os românticos, obras de coreógrafos do período homônimo (1832-1870) como Jean Dauberval, Jean Coralli, Jules Perrot, Arthur Saint-Léon e Auguste Bournonville e os clássicos acadêmicos (1863-1901) criados na Rússia e assinados por Marius Petipa e seu discípulo Lev Ivanov.
Na época de sua criação, assim como os ensinamentos da dança clássica, pouco ficou formalmente registrado e grande parte da transmissão e reposição das obras do repertório foi feita pelos artistas que delas participaram, respeitando a música e a coreografia originais.


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

"Balés Ilustrados: Uma Enciclopédia para Dança Clássica - Volume 1"





Regina Kotaka, atual maître de dança da maior companhia de dança do Paraná é autora do livro didático mais procurado no Brasil!!!

Após a 1ª edição ter esgotado rapidamente, Balés Ilustrados: Uma Enciclopédia para Dança Clássica - Volume 1 está novamente disponível!!! Agora em novo formato, contempla a pedido três idiomas: português, inglês e espanhol!!!!

“Balés ilustrados: Uma Enciclopédia para Dança Clássica – Volume 1”, segundo livro de Regina Kotaka, traz o passo a passo ilustrado dos principais termos usados no balé clássico

Regina Kotaka, que atuou por 25 anos como bailarina principal da maior companhia de dança do Paraná e uma das mais importantes do país, o Balé Teatro Guaíra, está lançando “Uma Enciclopédia para Dança Clássica – Volume I”. Segundo a bailarina, que já foi solista em Portugal e na Alemanha, a ideia do livro é dar aos estudantes e apaixonados por balé no Brasil suporte teórico inédito, pronto para ser usado por professores em sala de aula ou então explorado em casa por alunos e pais.

O livro colorido de 312 páginas foi produzido após Regina, formada em Dança pela Universidade Estadual do Paraná, ter sido contemplada em 2014 com o prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna, do governo federal. O livro traz ilustrações de passos e sequências de dança feitas pela própria artista, que, além de bailarina, é ilustradora infantil.

Cristiane Wosniak, pesquisadora de comunicação e linguagens e professora na mesma universidade onde Regina se formou, responsável pelo prefácio do livro, acredita que a obra é uma boa oportunidade para aproximar a teoria aplicada em sala de aula da prática. Segundo ela, o livro ajuda a divulgar os valores do balé clássico: “a correta postura e o alinhamento corporal, o uso da respiração na execução das sequências de movimento, as noções de equilíbrio, flexibilidade, elasticidade e coordenação motora”.

Esta é a segunda obra literária de Regina, dando continuidade a uma série de balés ilustrados produzidos pela artista. Em 2012, ela lançou “Giselle”, história em quadrinhos baseada em um dos maiores clássicos da dança. A peça homônima conta a vida de uma camponesa que morre após descobrir que o príncipe por quem havia se apaixonado iria se casar com outra. A obra, com ilustrações que fizeram sucesso no mundo da dança, sobretudo o trecho que retrata as Wilis, grupo de mulheres sobrenaturais que leva homens à morte pela dança, já está praticamente esgotado, pois se transformou em livro de cabeceira das pequenas bailarinas.

Processo de criação

Para fazer as ilustrações, além da própria experiência como bailarina, Kotaka contou com a colaboração de colegas, que posaram e executaram os movimentos para que ela pudesse retratar a arte de maneira compreensível. Para o texto, a artista buscou referências em obras estrangeiras, já que quase não havia material em português. A combinação de imagens e textos permite conhecer melhor a base teórica da técnica clássica e a terminologia correta.

“Me formei em dança em 2010, na faculdade havia uma matéria chamada terminologia da dança clássica e quase não havia material de pesquisa que pudéssemos usar para tirar nossas dúvidas. Foi aí que percebi a necessidade de se produzir algo do gênero.

A bailarina também diz que espera que este livro reate a relação entre o público e a dança clássica: “quero que a nova geração ajude a fortalecer a cultura do balé clássico no Brasil e que esse livro ajude a desmistificar a arte erudita, porque traz o conteúdo que estava faltando de uma maneira acessível. O balé, apesar de seus códigos, não é uma arte engessada, tudo depende da maneira com que os bailarinos, professores e educadores atualizam o entendimento da dança clássica e o transportam para a contemporaneidade”.

Muitas crianças dizem que querem ser bailarinas quando crescerem. É um sonho muito comum. Quero dar a essas crianças o material necessário para que elas possam realizar esse sonho, ou, ao menos, chegar mais perto dele”.



Contato

Regina Kotaka

regina.kotaka@uol.com.br